quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Morpho menelaus coeruleus (Perry, 1810), foto por: A.L. Moreaux

Morpho menelaus coeruleus, A.L. Moreaux, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ.
Clique na foto para vê-la ampliada!

O autor, a espécie e a foto

Em foto de Achilles Lucio Moreaux (47 anos, advogado), tirada em 29-II-2004, temos aqui nossa quinquagésima nona participação do público! Trata-se de um belo flagrante de Morpho menelaus coeruleus (Perry, 1810), lepidóptero da família Nymphalidaee, subfamília Morphinae, capturada utilizando-se uma Sony CiberShot DSC-F505  (com 5m.pixels), no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, RJ. A foto foi tirada com “sol a pino” em dia bem ensolarado,  aproximadamente às 12h45min, utilizando-se a lente padrão da máquina.

Biologia

Flagrada sobre caule de árvore, provavelmente a meia sombra proporcionada pela copa da árvore, vemos uma borboleta, Morpho menelaus coeruleus (Perry, 1810), recém eclodida em perfeito estado. Tanto suas cores quanto suas asas apresentam-se de modo perfeito. Suas faces apresentam imenso contraste. No dorso, que aqui não é visto, exibe um belíssimo azul metálico. Já na face ventral, como podemos ver, a borboleta tem cores crípticas que ajudam na camuflagem. Além disso, também possui ocelos em um mimetismo que funciona, por vezes, espantando os predadores, e por outras, levando os predadores ao erro em seu ataque fatal. Explica-se tal caso, pois, de modo geral os predadores convergem sua ação atacando a preza na cabeça (porque é nela que estão os olhos) visando matar mais rapidamente. Todavia, como nesta borboleta, os ocelos não se localizam nesta região vital o predador tem sua ação frustrada e a presa não é morta. Assim sendo, os falsos ocelos funcionam como um engodo desviando a investida mortal dos predadores! Esta espécie habita as matas e também o entorno das cidades. É comum, porém restrita a determinada época do ano. Voa desde o final de fevereiro até princípio do mês de maio. Ele, em média, ocorre próximo ao solo em uma altura ligeiramente mais elevada do que o voo de Morpho helenor achillaena (Hubner, [1823]). A espécie é avistada se alimentando do sumo de frutos maduros caídos ao chão da floresta. Todavia, é incomum, mas, por vezes, pode ser vista também sobre a lama se alimentando de sais.
Os ovos são hemisféricos e têm postura isolada ou em grupo feita nas folhas das espécies: arco-de-pipa, Erythroxylum pulchrum A.St.-Hil, uma Erythroxylaceae e aldrago, Pterocarpus violaceus Vogel, uma Fabaceae. Levam treze dias para eclodir. Lagartas são belíssimas! Parecem ter o corpo coberto por uma tapeçaria! Têm variações no aspecto e cor. Assim, há zonas do corpo lisas e outras pilosas. As cores são fantásticas. Por exemplo, no dorso, existem máculas de diversos formatos em tons de verde-esmeralda sobre um fundo castanho. Vivem isoladamente ao contrário de Morpho epistrophus catenaria (Perry, 1811) que é gregária. Os hábitos noturnos e igualmente fantásticos. Elas para proteger-se, cortam uma folha de sua planta-alimento que se torna seca, fixa-a ao ramo com fios de seda e assim constrói seu abrigo homocrômico, saindo à noite para comer (Otero, 1990)!

A. Soares

4 comentários:

  1. Como posso te enviar umas fotos que fiz?

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  2. Caro Ivan neste momento não estou tendo tempo para publicar fotos aqui.
    É um trabalho grande, pois fazer a parte de Biologia é custoso.
    Mas, se você está no arredores de Itatiaia, a turma tem publicado suas fotos no Facebook do GOBAN (Grupo de Observadores de Borboletas das Agulhas Negras). Mesmo não estando nos arredores de Itatiaia,RJ, dê um pulo por lá caso você queira muito publicar suas fotos. Quando eu tiver um tempo poderei publicar por aqui. O endereço para enviar suas fotos é asoaresphinx@gmail.com

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  3. Obrigado por compartilhar de forma esplêndida esse maravilhoso lepidóptero.

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